01 fevereiro, 2008

uma história comum, naturalmente


a vida que sonhou não é a que teve. na que teve nunca ousou. nos seus sonhos, porém, era tudo muito diferente, era sobretudo o que mais queria. seus medos e remorsos, as palavras ensaiadas antes de dormir, nunca saíram de lá. o travesseiro sabia os sorrisos que deixava escapar. ah se acontecesse! acordar era o que mais temia. talvez um dia chuvoso lá fora. talvez ninguém ligasse. talvez a sala vazia. talvez ninguém entendesse de novo.. ou pior: ignora-se [ninguém nunca liga pra isso menina]. mas com o tempo aprendeu onde se refugiar. aprendeu onde ela conseguiria ser quem sempre quis, aprendeu onde encontraria quem desejasse a hora que fosse, que poderia ter a estação que quisesse [ser a estação que quisesse] e ter o fim que lhe cabe. e por que não fazer disso seu abrigo permanente? então soube formular seu mundo tão rápido em sua mente, de uma forma que jamais se achegaria a alguém com tal agilidade, precisava preparar bem o lugar. e foi assim que começou a arrumar a mala, e colocou tudo o que tinha, viajaria pra bem longe: pros seus sonhos. iria substituir as pessoas, criar seus próprios diálogos, fazer dos pequenos os grandes detalhes. e foi a atitude mais radical que conseguiu alcançar em toda sua vida. e era feliz assim. embora ninguém soubesse..



[seria essa a mesma menina dos pontos?]


os sonhos não fazem as flores crescerem..
mas faz a gente crescer... ou estancar, isso dependendo da distância que seus pés estão do chão. cada um conhece seu próprio limite. o tempo de pouso e de levantar vôo.. mas querer é mais quinhentos.
se não se sabe que sonhar é também uma sala de espera, não um esconderijo. é preciso saber voar.



vai uns biscoitinhos aí?

2 comentários:

Anônimo disse...

Quase tão sua fã, como de Caio.
rsrs


Parece que escreve pra mim. ;)

Anônimo disse...

Amo tanto!