09 dezembro, 2009

esse querer

eu quero voltar a escrever. quero voltar há tanto tempo. quero voltar a tanta coisa. quero de volta meu lápis. quero meu bloco de notas. quero tudo de volta. quero mais, quero paz, quero logo. quero a palavra, o sossego, a inspiração. quero tudo hoje.

25 setembro, 2009

ali, no cantinho..


[...]

bem quietinha, encolhida, em silêncio..

vagava dentro de seu coração para lugares um pouco distantes dali. experimentou algo novo, tateou, observou, mas pouco soube dizer do que se tratava. mas pensou que tanto fazia. decidiu guardar pra si, foi seu segredo. pensou em dizer qualquer coisa depois, mas achou por bem não desperdiçar o tempo.

mas descobriu.. não importasse o lugar comum ou a cena já repetida. não importava as mesmas palavras não ditas nessa hora, esse silêncio proposital. alguém que passasse na rua naquele momento com os mesmos problemas. nem o sol que imitasse o dia anterior.

fechou os olhos e pediu com todas as forças possíveis.

não me alugo pra sonhar


[...]

e vejo uma porta que se abriu.. minha culpa infinita eu até vi se desmanchar nas minhas maõs.. não quis saborear que gosto tinha.. quis esquecer pra sempre a dor que senti. vi de repente uma luz que pra sempre mudou minha história.. e é essa mesma que você vê nos meus olhos agora.. ela não pára nunca.. e que eternize em meu ser. eu vi novos tons no meu humor matinal, pq consegui perceber que nem tudo está perdido. fui achado e acolhido com amor que nunca vi igual. me jogo nele e me esparramo e seu mel invade minha alma levando todo o azedo das minhas frases temporais. não me lembro nem o mal que me fez e já não me alugo pra sonhar. meus sonhos foram comprados por alto preço. numa cruz.

ninguém acharia que valia a pena.. exceto Ele.

08 setembro, 2009

pra não ficar perdido..

'Os milagres são a história, recontada em letras miúdas, que foram escritas mundo a fora em letras grandes demais para serem vistas.'

C.S. Lewis



Logo volto. Que não seja um 'logo' muito vasto. torço por isso!


http://palavrasnapoltrona.blogspot.com/

29 julho, 2009

um sol que eu não vi

hoje eu não vi o sol. nesse lugar só se vê o mínimo de tudo e não há mais nada que eu não posso reconhecer, nada que me distraia o suficiente, nada que nunca esteve aqui, nada que me revele o sabor de outro lugar. estar na prisão não é apenas ser podado da liberdade, mas de qualquer outra coisa que te faça relembrar o seu som. são poucos metros para se dividir com tanta culpa e a sede por perdão é tão imensa que de longe se pode sentir o seu cheiro forte no ar. nesses olhos caídos se pede alto por um amor qualquer ou qualquer outra coisa que pareça impossível.


hoje é o meu ultimo dia aqui, pois descobri o que esse lugar me arranca. por sempre ter estado aqui, não soube que fui feito pra um outro lugar, pois meu limite humano não me permitiu enxergar além das grades. é fácil se acostumar quando se pensa que aqui é o único lugar, que tudo se resume a isso, que isso parece ser a única opção. e apenas procuramos um bom lugar pra sentar e nos distrair.


cara, descobri que alguém pagou a nossa fiança, por um alto valor. ainda estamos aqui por pura escolha, mas basta uma decisão e podemos sair daqui do jeito que estamos. hoje me apresentaram esse alguém e ele me falou sobre um novo lugar. foi só o que me bastou para fazer a minha escolha e eu vou.

mas não posso ir sem que você saiba sobre esse fiador.



hoje eu verei o sol.


27 julho, 2009

Há outras vozes vindo da poltrona, pode ouvir?

Ré. Fiz outro blog por necessidade criatividade.

Agora lá vai minha versão mais pessoal, menos subjetiva, menos alheia e bem mais rayssa, quase um 'querido diário'.

Há ainda quem se surpreenda com minhas invenções, mas quem me conhece sabe que não sou pré-moldada, estou em descoberta infinita e de repente já não me cabe mas só isso. Tou descobrindo novas coisas pra falar, e, pra sincera, acho que o que tenho pra dizer não se enquandra muito aqui, pois não falo somente AO DA POLTRONA, mas também falo diretamente dela.

http://palavrasnapoltrona.blogspot.com/

Linkem, anotem, repassem, comentem, indiquem, invadam, escrevam nos muros, no piso da lua, em outros planetas...

e não se preocupem, isso aqui não vai parar. não pode parar.

Deus os abençoe de muito.

15 junho, 2009

Novas palavras nas gavetas

É assim que em mim renova o repertório. Frases que mesmo saturadamente relidas, um dia simplesmente traz o mistério de uma nova mensagem, inundando e mudando, trazendo a tona aquela cara boba da primeira vez. E então reformula tudo que você já pensava estar preciso e completo.


Seus olhos não se cansam de repassar pelo mesmo lugar comum, as mesmas coisas já vistas, pois toda vez que repetida trazem um gosto diferente, abrem seus olhos pra um novo horizonte tão longe. Mas não longe, por ser distante, mas por ser cada vez mais amplo, por te permitir descobrir e ver coisas novas e entender, finalmente entender, que tudo é muito mais que aquilo que você imaginou.


Eu incrivelmente amo ser surpreendida pela Palavra de Deus. Que ela me quebre e me refaça toda vez que meus olhos a encontrarem. Que me inunde do novo, pra que eu seja uma nova criatura que contempla o mesmo cenário, mas com novos detalhes mais suntuosos e sublimes todos os dias. Hoje eu vi um céu maior.


[Subvertendo meu blog.. um texto curto e leve, pra quem se diverte em mudar conceitos]

26 maio, 2009

estafeta

não houveram estradas que não me custaram. as histórias que reconto só me provam que não estou mais a vivê-las e tão pouco elas me mostram quem eu sou, mas onde pude chegar. não queria diferente. acordo sossegado pois a sei que a trilha é outra agora, um novo compromisso que me faz sorrir.

há quem muito discorde da minha função honrada, pois são muitos os que não alcançaram a graça, da qual custa a minha jornada diária a buscar. mas ouvi o chamado e já não pude resistir à chance de me tornar quem eu nasci pra ser: um simples mensageiro.

hoje ando perambulando por aí com uma responsabilidade em minhas mãos. uma carta de um pai para um filho, uma história de amor. sobre eles há que se dizer.. uma contradição de vidas que até então os separa.

[..]

comenta-se por aí a história de um filho. um filho que nasceu como uma idéia absurdamente maravilhosa. sua vida fora repletas de surpresas, das quais a primeira e mais surpreendente fora si mesmo, tanto que por muito ou todo o tempo se pegou fascinadamente a pensar sobre sua própria natureza. porém mesmo tão esperto, como uma das graças também concedida, não foi capaz de alcançar o seu verdadeiro valor e seu maior propósito, por isso levou a vida a se distrair com coisas qualquer.

fala-se também da história de um pai. um pai cujos os adjetivos existentes são incapazes de definir, por isso o máximo com que podemos referi-lo é a melhor palavra que existe, mesmo sabendo que isso é o mínimo da noção vaga daquilo que de fato ele é. tão pouco sabemos algo além daquilo que ele quis revelar, mas que é o bastante pro que precisamos entender e o suficiente para descobrirmos que se trata de alguém que muito amou.

o filho levava a vida, da qual apelidou de ‘própria’, sem saber (ou fingindo não saber) que ela se tratava apenas de uma idéia de alguém. escolheu seus próprios brinquedos, escolheu seus amigos, sua namorada, o modelo do seu carro, a sua universidade, o que achou suficiente para poder pensar ser o responsável por tecer toda a sua história. estava enganado.

o pai viu seu filho se afastar de tudo que era seu. quis que esse ‘seu’ fosse também dele, mas ele não o recebeu. deu aquilo que mais prezava para o bem de seu filho.. por amor. o filho não viu. não sentiu seu olhar. o presente passou despercebido. depois de demonstrar de todas as formas o quanto o amava, o seu filho continua a não se dar conta.

[..]

preciso encontrá-lo afim de que ele saiba que o pai o espera todos os dias e assim não apenas garantir o seu retorno, mas lhe explicar que só há um caminho para voltar para casa.

essa carta é pra você.

18 janeiro, 2009

o grande preço




nada até hoje fez apagar a imagem da ultima partida, do trem que diminuía aos poucos na vista que jamais alcançaria. certamente saudade não sentiria de quem levou consigo o que você não mais queria e só deixou a esperança de um dia novo.

ainda não ousaria dizer que apesar disso não foi uma partida doida e que por alguns minutos pensou se assim mesmo deveria ser. não olhou nos olhos e em momento algum pediu que ficasse e até desejou que jamais se encontrassem outra vez. foi assim que naquela manhã cinzenta de algum mês nunca esquecido, que em uma estação qualquer viu partir a sombra envelhecida e cansada de sua ultima vontade.

nunca mais voltaria aquela estação, não porque a partida bateria outra vez na memória, mas porque nunca mais precisaria.


decidiu isso pra sempre.



[é preciso que nos despojemos do nosso velho 'eu' por completo. que permitamos que ele se vá de vez e se distancie cada dia mais de onde estamos hoje, sem apegos ao que era, sem vontades e sonhos envelhecidos e cansados, mas olhando para o que pode ser depois de nos achegarmos ao altar, a nossa maravilhosa 'estação' de entrega, de despedida do velho.
o único lugar que o antigo 'eu' se distância é do centro da vontade de Deus.]




‘..esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim’ – Fp 3:13

07 janeiro, 2009

dádiva.

foi hoje que finalmente consegui tirar aquela antiga caixa de cima do guarda-roupa. por vezes olhei tão apressadamente, mas a tempo suficiente de despertar um velho tipo de deserto que sempre existiu ali, dentro de mim, cada vez que adiava aquele momento. me ocupei demasiadamente em não precisar dela e em inventar todas as desculpas que a vida me permitiu improvisar, para não ter que tirá-la de seu lugar, mesmo sabendo que nunca fui convincente o bastante. e nunca de fato seria. nem com os outros, nem comigo mesmo. tratei de deixar num lugar que eu acreditasse não poder alcançar, escolhi o lugar mais alto como se já soubesse que sempre deveria estar lá – independente de onde colocasse em meu quarto. lembro que a re-decorei ao meu gosto, com todo cuidado que pudesse ter, a fim de não abri-la sem querer e de repente ver tudo se espalhar de vez pelo chão. e espero que compreenda meu zelo exacerbado, sem perceber que se passa apenas de mais uma das desculpas que levo no bolso, pra sempre ter motivos o bastante. com o tempo aprendi a me precaver, pois sempre me deparo com a necessidade de ter que abri-la, assim como muitos tem feito. tenho fugido arduamente de seu conteúdo, sempre buscando qualquer coisa semelhante que possa substituir o que por tempo tenho precisado e pelo mesmo tempo evitado.
nessa caixa se encontra a real condição de quem sou, quem devo ser, quem nunca fui. se encontra o que por anos evitei me tornar, pra não ter depois que ver os olhares alheios tortos em minha direção. poucos, poucos mesmo, sorriem a quem abre a caixa. esses mesmos ‘poucos’ também desviam suas vistas de suas caixas, colocando em algum lugar seco e empoeirado, indiferentes a sua existência. outros a tiram completamente de seus quartos ignorando o dia de terem que enfrentá-la.

hoje, por mais uma vez, a senti a me atrair, e de repente já não fez sentido porque tantas vezes tropecei na simplicidade de seu convite. foi assim que me aproximei do guarda-roupa, dessa vez por motivos bem diferentes de outrora.
olhei pro alto e levantei a mão.

abri o presente e encontrei o presenteador.

‘Veio para o que era seu, e os seus não o receberam’.- João 1:11.