14 março, 2008

das dores



não há formula, não tem como te dizer é isso ou aquilo, faça assim ou de outro jeito, a não ser que você tenha realmente nascido pra coisa, o que, de fato, iria me incomodar um bocado. mas não, não ache que isso é um problema [não mais], pois tenho levado, acredite, e é o que definitivamente também tem me impulsionado.

tenho aprendido.

é certo que existe todo um esquema de processamento e autocrítica que diria até ser constante, confesso, mas só dói no momento anterior da aceitação, nesse caso quando isso ainda se faz problema e depois, bom, depois começa a lavagem, é faxina diária na alma, é limpeza da poeira na estante de livros e ás vezes até resulta em algumas mudanças radicais no roteiro, o que é bem aceitável nesses últimos dias. mas o momento de dor é que é realmente decisivo, pois é ali, ali exatamente que a gente tem a noção da coisa... entendeu o que falei sobre ter jeito pra coisa? eu não tenho muito jeito pra ela, porque ter em outros termos seria também aceitar, e eu não aceito. e você vai até dizer que é uma válvula de escape ou um jeito de ser otimista, uma forma de não sair perdendo ou só uma pessoa sem vontade de se dar por vencido e guardar o aprendizado pra mais tarde.

é tarde.




13 março, 2008

notícia de uma lembrança

' durante algum tempo fiz coisas antigas

como chorar e sentir saudade da maneira

mais humana possível: fiz coisas antigas e

humanas como se elas me solucionassem'

[caio f. abreu]


lembro que foi quando a história começou realmente a fazer sentido pra mim, lembro porque foi no mesmo momento em que parti... ou foi tu que partiu
? pois só lembro da distância que crescia apressada entre nós dois, com urgência em acabar uma possível história feliz [não que nossas vidas não sejam, era só uma possível] ou um simples gesto involuntário ou palavra vaga que precisasse de algum tempo pra ser decifrada, nada que prendesse demais, nada que implicasse numa mudança na rotina, nada que impedisse alguém de partir. mas de tudo o que ficou o que me mais me dói é que eu não sabia que uma ação, simples que fosse, iria fazer tal diferença um dia, inda mais se esse dia ocupasse todos os agora’s da vida. se eu soubesse da reação de cada ato, não faria deles uma lembrança tão dolorida. e eu lembro como era tão fácil jurar a fidelidade eterna e que envolvido na situação um de nós jurou nunca partir, nunca se mudar, nunca ficar longe, nunca nem pensar distante e que o outro jurou cumplicidade e também fez muitas outras juras em nome da amizade, mas não mencionou nada sobre distância, talvez porque soubesse. eu lembro de tudo, de cada detalhe, só nunca consigo lembrar quem foi o quê dessa história, talvez porque tenhamos realmente levado a sério essa coisa de cumplicidade e a gente acabou se confundindo pra sempre. e penso nisso agora porque descobri que quem jurou não partir é justamente esse que se foi e a esse não se deve mais o direito de promessa ou ao outro o direito de não partir. só preciso saber se te lembras e aprender algo realmente verdadeiro sobre não se prender.


[estou deixando as palavras fluírem, escorrerem como a maquiagem que tiro pra dormir, não ter ainda achado uma linha certa eu tenho achado super incomodo, mas espero que você vá achando graça]