04 setembro, 2010

DE MUDANÇA


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09 agosto, 2010

A graça na vida real

A graça é tão difícil de definir quanto difícil de acreditar. É por certo um monstruoso escândalo à religião e à moral, porque sustenta, basicamente, que Deus não acolhe as pessoas pela consistência do seu desempenho religioso, ético, social ou profissional, mas unicamente pela sua graça – seu próprio cavalheirismo, graciosidade e inclinação em perdoar. Segundo a visão de mundo do Novo Testamento, é apenas devido a essa postura graciosa de Deus que gente sem qualquer mérito como nós mesmos e o vil ladrão crucificado ao lado de Jesus pode ser acolhida no Reino sem nenhum trâmite adicional.

A boa nova da graça explica que Deus não escolhe escolher pessoas pelo seu desempenho admirável, porque do contrário não teria ninguém para escolher. Admirável é Deus, que ao contrário de nós acolhe e aceita as pessoas sem critério algum. Para o indivíduo a graça é liberadora porque liberta da escravidão do desempenho; ela esclarece que vale tanto controlar o tráfego aéreo de uma grande cidade quanto passar a tarde aquecendo um gatinho entre as mãos.

...

A graça é apavorantemente inclusiva e deve ser manipulada com horror porque anula o mérito de todo sistema religioso; a graça torna inteiramente contraproducente, insensata e obsoleta a noção de religião como esforço ritual de religar o homem a Deus.

...

Notáveis, para Jesus, são os que não estão nem aí para o culto da performance; que vivem deliberadamente à margem dos valores do mundo e não servem às riquezas porque querem servir a Deus; que não andam ansiosos com o dia de amanhã porque crêem surpreendentemente que a vida é mais do que o alimento, o corpo mais do que as vestes e a casa mais do que o Sound System: os tolos, os imprudentes, os despreparados, os marginais, os insensatos, os pacificadores, os que não se destacam em nada, os confusos, os destrambelhados, os altruístas, os medíocres, os fracos.

Todos, talvez. Você, certamente. Eu, em particular.

[o culto da performance - Paulo Brabo]


Sem mais.


27 maio, 2010

eu não preciso mais falar sobre a pessoa ideal.. sobre a pessoa que vai mudar minha vida.. eu não me preocupo com as esperas.. não penso sobre sua hora de chegada.. não me preocupo com quantos dias faltam.. nem como vai ser.. eu não preciso disso mais.

eu sempre depositei nas esperas a falta que havia em mim.. e até criei a fantasia da existência de alguém ideal pra se esperar, pra justificar a parte incompleta do meu coração. e a cada pessoa nova eu depositava a esperança de me aliviar de vez, mas depois de um tempo, longo ou curto, não importa, meu coração continuava insatisfeito, necessitado..

não houveram amores, não houveram amigos, não houveram desconhecidos.. não houve ninguém que pudesse me completar da forma exata.

até que eu pude perceber que não havia ninguém novo a se esperar. e o que me completava estava comigo- sempre esteve comigo - estava dentro de mim e não era eu.

24 maio, 2010

lá de cima

eu imaginei algo muito, muito diferente. não imaginei também aquele sentimento quando pude finalmente vê-la. e me senti tão honrada pois a primeira vez que olhei aquele lugar eu pude vê-la de um lugar alto, que quase podia vê-la por completo.. eu quis abraça-la. foi lá de cima, junto com a primeira visão, que pensei tantas coisas sobre aquele visita. não, eu não podia já amar aquele lugar, pois eu ainda não fazia parte dele. eu ainda o olhava de fora. e quando comecei a descer as escadas, desci simplesmente pra me provar. meu desafio era amá-la andando naquelas ruas e vendo o sofrimento daquela gente.


["mas Deus vê o meu coração, mesmo eu sozinho no meu quarto"
De um filho, de um cego]

23 maio, 2010

só um 'oi'... é ser pessimista demais.

fugindo da missão do blog.. lá vou eu na primeira pessoa..
que não se repita muito, não quero estragar.. que foi pra isso que criei o palavras na poltrona , como já expliquei..

e ainda prefiro os contos...

sabe, uma das minhas metas pra esse ano é voltar a escrever. é quase uma promessa, mas eu não quis formalizar. num quero me frustrar depois. mas creio que vir dizer que sinto falta, que sinto saudade disso já vale.. e eu sinto mesmo.. sinto muito. e daí eu coloco 'de um filho, de um cego' pra tocar, aí dá nisso. pronto, eu considero já um começo. e deixo registrado aqui e a gente considera um trato, ok?

me cobrem se quiserem, se poderem.

10 janeiro, 2010

divisa

bom seria que o segundo que dividem dois anos, anunciassem também um tempo completamente novo, totalmente desconhecido, que nada se repetisse. incrível que por mais sinceros que tentamos ser com nós mesmo, dificilmente conseguimos fugir da idéia que agora sim tudo vai ser diferente. mas, desculpa, não, não vai.


você pode até tentar jogar a poeira pra debaixo do tapete, rasgar as velhas cartas, cortar os laços, deletar aqueles e-mails intrigantes, as fotos que hoje até te envergonham.. você pode tentar apagar todos os resquícios de alguém, sumir com todas as pistas, jogar fora todos os objetos que ainda provocam lembranças, mas isso não funciona por muito tempo.


se existe algo que eu desejo pra esse ano, esse algo é a capacidade de relevar.. e isso tem muito mais a ver com saber continuar apesar de tudo, do que esquecer tudo o que passou. quero poder lembrar de tudo, não pretendendo deixar passar nenhum detalhe que seja do que passou. mas quero sobretudo aprender a seguir sem doer.


e depois saber que estou aqui hoje bem mais forte e poder lembrar que sobrevivi apesar de tudo.


um ano muito melhor pra todos nós. o melhor de Deus.