24 junho, 2008

mateus 7:7



estava à porta. sim, como deveria sempre estar. ainda não ousara bater, mas parou, suspirou fundo e bonito, se deliciou com a certeza de enfim estar no lugar certo.


tantas estradas já tinham lhe apontado o caminho, das quais olhava-as com os olhos apertados, até onde sua vista poderia alcançar, para então prever o fim que lhe caberia. e este foi o caminho onde seus pés descansaram.


agora sim tinha achado a porta. chegou a olhá-la por completo e se sentiu feliz assim tão pequeno. sempre sentiu certo fascínio por essa imagem vista por cima e não passou em momento algum em sua mente que fosse isto intimidante. pelo contrário, era tão acolhedor.


e ali, à porta, viu suas mãos tão calejadas sentirem alívio. por estarem limpas agora poderia tocar, poderia então bater. e batia como se já tivesse alcançado o que até então se escondia ali atrás. seu coração sabia o quanto tinha esperado e esperaria mais se preciso fosse, ao tempo que o caminho percorrido lhe preparava o sabor.



e bateu, bateu, bateu.. nessa porta que se abriria.


'contudo, um poema,

tua obra de arte,

destacasse à parte,

numa cruz vulgar'

[te vejo poeta - joão alexandre]

2 comentários:

Srta. Pinheiro disse...

rá! a porta.

eu amo esses grandes encontros.

=)

Srta. Pinheiro disse...

a propósito, texto lindão.