nada até hoje fez apagar a imagem da ultima partida, do trem que diminuía aos poucos na vista que jamais alcançaria. certamente saudade não sentiria de quem levou consigo o que você não mais queria e só deixou a esperança de um dia novo.
ainda não ousaria dizer que apesar disso não foi uma partida doida e que por alguns minutos pensou se assim mesmo deveria ser. não olhou nos olhos e em momento algum pediu que ficasse e até desejou que jamais se encontrassem outra vez. foi assim que naquela manhã cinzenta de algum mês nunca esquecido, que em uma estação qualquer viu partir a sombra envelhecida e cansada de sua ultima vontade.
nunca mais voltaria aquela estação, não porque a partida bateria outra vez na memória, mas porque nunca mais precisaria.
decidiu isso pra sempre.
[é preciso que nos despojemos do nosso velho 'eu' por completo. que permitamos que ele se vá de vez e se distancie cada dia mais de onde estamos hoje, sem apegos ao que era, sem vontades e sonhos envelhecidos e cansados, mas olhando para o que pode ser depois de nos achegarmos ao altar, a nossa maravilhosa 'estação' de entrega, de despedida do velho.
o único lugar que o antigo 'eu' se distância é do centro da vontade de Deus.]
‘..esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim’ – Fp 3:13